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Stuttering

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Entrevista com o Neurofisiologista Martin Sommer sobre a organização neurológica na Gaguez.




Entrevista com Martin Sommer, durante a Conferência Internacional de Disfluência em Oxford (Setembro de 2011). O médico e neurofisiologista alemão explica os resultados da sua pesquisa sobre a organização neurológica da gaguez. 



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Gaguez e Genética - Novas descobertas


Investigadores da Washington University School of Medicine em St. Louis, obtiveram evidências de que pelo menos alguns casos de gaguez crónica, serão causados por mutações em um gene que não está directamente relacionado com o processamento da fala, mas sim com uma via metabólica envolvida na reciclagem do tecido celular.

Além de uma simples associação, o estudo fornece a primeira evidência de que as mutações que afectam centros de reciclagem celular,  podem desempenhar um papel essencial em alguns quadros de gaguez.

"Isto foi extremamente inesperado", refere um  dos autores do estudo Stuart A. Kornfeld, MD, Professor de Medicina. "Por que é que o comprometimento de uma via do lisossoma pode conduzir à gaguez? Nós não sabemos a resposta. Em parte porque não sabemos muito sobre os mecanismos da fala, nomeadamente, aqueles em que os neurónios estão envolvidos. Portanto, ainda não conseguimos 
explicar a causa da gaguez, mas temos cada vez mais pistas. "

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Gaguez na primeira pessoa...


Sinto a impotência deste silêncio que é a minha perene prisão.
Gostava de te ter e dizer o que queres ouvir, mas não existe essa opção…

Refreio  o meu instinto e identidade, não sou mais eu.
Sou as palavras que calei, e o que nunca aconteceu.

A gaguez é um grilhão que nos cessa a voz,
Enquanto estamos neste mundo, sentindo-nos tão sós…

Encontrar-me-ei…

Por “J”

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

IBF - Instituto Brasileiro de Fluência


Recomendo vivamente a consulta do site do Instituto Brasileiro de Fluência (IBF).
É um óptimo recurso para pessoas que gaguejam, estudantes e profissionais. Possui informação actualizada sobre gaguez, estudos a decorrer, opções de tratamento.

http://www.gagueira.org.br

Os meus parabéns a toda a equipa do Instituto Brasileiro de Fluência pelo excelente trabalho que realizam!

Um abraço,

Gonçalo Leal

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Os pais e a Gaguez na criança.


A família e mais concretamente os pais são efectivamente o primeiro e mais importante grupo de socialização da criança, constituem o primeiro elo de ligação entre a criança e o novo mundo. É pois no seio da família e por intermédio das figuras mais relevantes da sua vida, os pais, que a criança recebe os nutrientes fundamentais para o seu desenvolvimento harmonioso, o carinho, o amor, a protecção, ou seja, todas as provisões físicas, sociais e emocionais essenciais para se tornar um adulto saudável e feliz. Este é na realidade um desejo partilhado por todos aqueles que são pais, a felicidade dos filhos.
Os pais amam, educam, cuidam do futuro, a partir do presente, dão um sentido à  vida dos filhos, ajudam no seu projecto, na conquista do seu lugar no mundo e assumem um papel sem igual na identificação de perturbações, concretamente na gaguez.
 
Olhar a Gaguez… 
A gaguez é  um distúrbio da fala, caracterizado por interrupções no discurso, bloqueios, repetições e prolongamentos de sons, sílabas ou palavras, que condiciona significativamente a vida da criança, provocando limitações e mesmo evitamento de determinados contextos sociais. As interrupções no discurso surgem frequentemente associadas a manifestações físicas, como o piscar de olhos ou o aumento da tensão muscular, conhecidos como comportamentos secundários. De etiologia multifactorial, as recentes investigações apontam para uma confluência de factores, concretamente neurofisiológicos, características genéticas, o processo natural de desenvolvimento, assim como o estilo de dinâmicas familiares.
Na verdade, a gaguez é particularmente dolorosa em situações de interacção social, na medida em que, comportamentos básicos inerentes a todo o ser humano, como apresentar-se a alguém, solicitar uma ajuda para encontrar uma morada, pedir um simples café ou falar ao telefone são vividos por quem gagueja com grande tensão. As implicações da gaguez na vida relacional, nas escolhas académicas e profissionais revelam a profunda influência que esta perturbação tem no sentimento de satisfação com a vida.
 
Desvendar os Mitos… 
Ao contrário da visão estereotipada presente na sociedade, não existe correlação entre a gaguez e a inteligência, estando também quebrado o mito que a ansiedade ou o nervosismo é responsável pelo aparecimento de um quadro de gaguez. Contudo, é indiscutível que a gaguez propicia o aparecimento de ansiedade e tensão, que tornam a pessoa que gagueja menos apta a responder de forma eficaz aos múltiplos estímulos do meio, nas mais diversas áreas da vida.
 
Será  Gaguez?  
Todo o processo de desenvolvimento do ser humano é pautado por avanços, retrocessos e mesmo algumas contradições. Assim, também no que se refere ao processo de aquisição da fala, nem tudo o que parece, efectivamente é, o que quer dizer que algumas crianças que apresentam dificuldades em falar e tendem a hesitar ou repetir determinadas sílabas, palavras ou frases, podem não ter um problema de gaguez. Na realidade, importa esclarecer que é natural no decurso da aquisição da linguagem, ocorrerem períodos de disfluência que apenas espelham uma nova etapa que a criança atravessa na aprendizagem da fala. Trata-se portanto de um período de disfluência normal, que inclui ocasionalmente repetições e porventura hesitações em algumas sílabas e palavras, que por norma tendem a aparecer e desaparecer, significando apenas que a criança está a aprender a manipular a fala de um modo mais complexo e elaborado.
No caso de persistência superior a 6 meses, a solução passa então por solicitar uma avaliação da criança, no sentido de despistar um eventual problema. A intervenção precoce é sem dúvida um dos instrumentos mais valiosos.
 
Como ajudar o seu filho?  
No caso das crianças que gaguejam torna-se ainda mais importante a preocupação com o processo de comunicação, ou seja, os pais devem ser bons comunicadores, privilegiar o contacto visual, os olhos nos olhos, sinais valiosos para a criança que gagueja que o seu “porto de abrigo” está atento ao que ela transmite. Neste sentido, é essencial mostrar à criança, não apenas por palavras, mas sobretudo pelos gestos, pelas expressões do olhar que se escuta activamente e atentamente o que ela transmite e que não importa o modo como o faz, mas sim a mensagem que expressa, a ideia ou a opinião.
Falar com calma, esperar uns segundos até responder a alguma pergunta da criança, introduzir no próprio discurso algumas pausas são de facto estratégias que se revelam de grande eficácia e que ajudam a atenuar sentimentos de tensão e frustração que aparecem frequentemente associados ao falar. Na realidade, estas estratégias contribuem de forma impar para que a criança se identifique com o seu interlocutor e naturalmente sinta uma menor tensão e ansiedade quando fala, pois também o “outro”fala calmamente. Cuidado com os exageros, falar como a criança, tentar imitá-la, não a ajuda de todo.
A tendência para completar as frases ou palavras da criança que gagueja ou mesmo falar por ela é de evitar, pois apenas concorre para aumentar a ansiedade e tensão associada ao falar, assim como conselhos aparentemente vantajosos como “tem calma”, “relaxa”, são de evitar.
Porque a família não se resume ao núcleo central formado por mãe, pai e irmãos, torna-se de importância vital envolver todos os membros da família mais alargada e mesmo amigos, o que significa que deve partilhar com eles técnicas, estratégias e ferramentas que podem ajudar o seu filho a encarar a experiência de falar, como algo positivo e gratificante. Neste aspecto, o terapeuta assume um papel valioso, pois melhor que ninguém pode transmitir-lhe estas informações e partilhar experiências.
 É verdade que todas as crianças precisam de tempo, para brincar, para dormir, para falar e para estar com os pais. No caso das crianças que gaguejam, o factor tempo ocupa de facto um lugar de destaque, tem de ser tratado com delicadeza, bom senso e equilíbrio, o que quer dizer que para a criança que gagueja, o tempo é vivido num compasso um pouco diferente e por isso mesmo, é vital dar à criança que gagueja um tempo sem restrições, que não obedeça a condições. É imperativo para a criança que gagueja, sentir que as pessoas com quem se relaciona, com quem comunica, têm disponibilidade para a ouvir. É fundamental que ela compreenda através do comportamento verbal e não verbal dos pais que não há pressa, que há tempo para comunicar e por este motivo é valioso que pais ou figuras substitutas promovam um período regular, criem uma espécie de rotina, uma “hora” em que mais nada importa, a não ser “estar” com a criança. Dar-lhe atenção exclusiva, sem divisões e tornar esse tempo, um espaço contentor, seguro, construtor de uma relação mais forte e estreita que permita à criança perceber que aqueles que são os seus modelos, as pessoas que mais ama, gostam de brincar, falar ou simplesmente ouvir.
É imperioso que os pais revelem de forma nítida, quer por palavras e mais importante ainda pela expressão do corpo, pelos olhos, pelo acenar da cabeça, por uma atitude e postura calma e tranquila que a gaguez do filho não incomoda e não condiciona a relação. É precisamente a sensação de que existe um espaço de tolerância, de respeito, de segurança, que permite à criança explorar o meio, experienciar, descobrir, sempre com a certeza que mesmo quando a gaguez surge, poderá sempre contar com este espaço de amor incondicional e aceitação total.

 
Dias Difíceis… 
Nestes dias em que a experiência de falar se torna particularmente difícil e mesmo angustiante, é absolutamente imperativo que fale com o seu filho, procure compreender o que ele gostaria de fazer em alternativa, outro tipo de actividades em que a fala não seja tão preponderante. É  também relevante transmitir esta informação ao educador/professor, na medida em que, também no contexto escolar, o professor deve falar com a criança e aferir que tipos de actividades alternativas poderiam ser usadas para envolver a criança. É ainda importante, tantos pais, como professores, perceberem de que modo a criança quer ser tratada nestes dias mais difíceis. Há crianças que se recusam mesmo a falar, outras que não gostam de ter um tratamento especial e existem ainda outras que preferem participar de modo espontâneo, o que quer dizer que falam apenas quando quiserem e se sentirem preparadas, dando sinal disso.
 
As interrupções… 
É comum nas crianças que gaguejam alguma tendência para interromper o discurso dos colegas e mesmo dos adultos, não querendo isto significar um comportamento desajustado da criança, mas sim um modo de facilitar o inicio do seu discurso, uma vez que são alvo de menos atenção, logo a tensão e ansiedade associada ao falar é também menos intensa. No entanto, é imperativo que as crianças que gaguejam aprendam as regras de uma boa comunicação, tal como as outras crianças.
 
Promover a Auto Estima… 
Todos precisamos de nos sentir importantes, competentes, agradáveis aos olhos dos outros e no caso das crianças que gaguejam é valioso fomentar as suas competências, mostrar-lhe, quer por palavras, quer por gestos, que o mais importante é o que ela diz, a sua mensagem, as suas ideias, as suas opiniões e que o modo como é expresso, é apenas um pormenor secundário. Elogie, incentive a partilha de ideias, crie oportunidades para experiencias de comunicação saudável, mostre que a gaguez do seu filho não o incomoda e que em nada limita a relação que tem com ele.
É essencial que o seu filho perceba que a gaguez não prejudica a qualidade da relação que tem com ele, por isso mesmo, apesar de fazer parte da relação, da comunicação, não deixe que a gaguez comande. É fundamental que mostre, que verbalize confiança nas capacidades de comunicação do seu filho, que lhe transmita segurança, pois só desta forma ele não vai receio de falar e de eventualmente falhar e falhando, sabe que poderá sempre contar com o seu apoio para voltar a tentar.

Tratamento.
A terapia da Gaguez tem como meta central ajudar a criança. Aprender uma forma mais fácil de falar, com recurso a técnicas e ferramentas que são ensinadas no processo de terapia. Um dos objectivos centrais da Terapia é  ajudar a criança a ser um melhor comunicador, com confiança nas suas competências e habilidades, capaz de controlar as emoções negativas que muitas vezes surgem como fruto da incapacidade de falar fluentemente. O importante é promover sentimentos positivos em relação à  comunicação e intensificar o interesse no processo de comunicação. Porque a gaguez é sem dúvida um problema que condiciona a vida, faz brotar sentimentos de auto desvalorização, frustração, vergonha e limita as interacções sociais, a facilidade de estabelecer relações, é ideal intervir o mais precocemente possível, evitando assim um futuro que se vislumbra desenhado com muitas condicionantes, escolhas académicas e profissionais limitadas, dificuldades escolares, identidade negativa e estigmatização social.
 
O Futuro… 
Como já  foi dito, a gaguez nada tem a ver com inteligência e não é  produto da ansiedade e também é verdade que muitos nomes conhecidos da história das artes e da política eram gagos e são até  hoje recordados pela sua inteligência, criatividade, enfim pelo seu sucesso.
A gaguez não tem de interferir negativamente na vida, uma vez que a terapia da gaguez concorre de modo significativo para a atenuação e mesmo eliminação, em alguns casos, da gaguez e das suas implicações negativas. É  também ponto assente que existem períodos da vida, em que o desenvolvimento da criança acontece a um ritmo mais rápido, o que quer dizer também que qualquer intervenção nesta fase mais precoce tem maior probabilidade de sucesso. Contudo, nunca é tarde e a realidade é que a terapia da gaguez tem elevadas taxas de sucesso em crianças e adultos.
A abordagem multidisciplinar, que congrega os conhecimentos e competências de todos os agentes de socialização da criança, pais, educadores, professores, em colaboração com terapeutas e psicólogos é efectivamente de um valor impar. É desta forma, conhecendo o mundo da criança e identificando as implicações que a gaguez tem para a sua vida que é possível assegurar o sucesso da terapia e contribuir para um desenvolvimento harmonioso da criança.
Afinal o que se pretende é que o futuro seja risonho para estas crianças, não percam oportunidades, não tenham medo de novas experiencias, não evitem e fujam de desafios, mas olhem para si mesmas com a crença de que são capazes e competentes para realizar todos os seus sonhos e concretizar todos os seus projectos.
A gaguez poderá  continuar a fazer parte da vida, aprende-se a lidar com ela, mas não se permite que ela volte a tomar o poder que antes tinha e para isso vocês pais, são fundamentais, pois o sucesso deste processo conta de forma única com o vosso apoio e envolvimento.
 
 Terapeuta da Fala Gonçalo Leal e Psicóloga Sónia Serrão

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dia 22 de Outubro - Dia Internacional da Gaguez. Acção de Sensibilização para Educadores de Infância e Professores (Entrada Gratuita mediante inscrição prévia)



22 de Outubro - Dia Internacional da Gaguez

Enquanto terapeutas da fala somos muitas vezes abordados pelas educadoras de infância que nos colocam algumas questões:
- A gaguez faz parte do desenvolvimento normal da linguagem? A gaguez é causada pelo nervosismo? O que fazer? Será melhor não fazermos nada?
Esta confusão entre gaguez fisiológica – transitória - e gaguez de desenvolvimento é muito comum, sobretudo porque a criança atravessa períodos em que a sua fluência varia bastante, em função das suas incoerências morfossintácticas e do seu amadurecimento neuromotor. 
Apesar de ainda não ser conhecida a razão concreta pela qual as crianças gaguejam, vários estudos demonstram que não é um distúrbio causado por nervos e ansiedade. A criança que gagueja é exactamente como todas as outras, com excepção na habilidade de produzir fala fluente e esta é uma dificuldade variável.
A maioria das crianças que apresenta um período de disfluências recupera para um padrão de fala adequado. Contudo, existe o resto do grupo em que as disfluências são permanentes com consequências ao nível da participação social da criança e do seu relacionamento com pais, educadores, professores, contribuindo para o seu isolamento, baixa auto-estima e muitas vezes elevado sofrimento.
A gaguez não tem cura, portanto, a forma mais eficaz de combate a esta perturbação da comunicação é a Intervenção Precoce. Para tal é essencial dotar os profissionais de educação de ferramentas que permitam identificar possíveis casos de gaguez e saber como proceder. Pode fazer toda a diferença na vida da criança.
Neste contexto e para assinalar o Dia Internacional da Gaguez que se comemora a 22 de Outubro a Speechcare, através do seu projecto Terapia da Gaguez, em parceria com a Clínica Parque dos Poetas em Oeiras, realizará uma acção de sensibilização gratuita (para educadores de infância e professores) sobre esta temática.
A acção decorrerá no Auditório da Clínica Parque dos Poetas, sábado dia 22 de Outubro às 9:00.
O acesso a esta acção é feito mediante uma inscrição prévia e o número de vagas é limitado. Envie a sua inscrição para: geral@terapiadagaguez.com com o seu nome, profissão e Instituição.



domingo, 17 de julho de 2011

9th Oxford Dysfluency Conference, Oxford-London? EU VOU! :)


A 9th Oxford Dysfluency Conference é um encontro que reúne os maiores especialistas mundiais no campo da gaguez. Será um encontro em Londres (Oxford) nos primeiros dias de Setembro entre investigadores, clínicos e terapeutas, onde serão discutidas várias áreas transversais à Gaguez que vão desde a Terapia da Fala à Psicologia e Linguística. Esta conferência oferece uma oportunidade única de actualização de conceitos e assim como o conhecimento das investigações a decorrer.
Em 2011 o objectivo da conferência é de promover a discussão entra a investigação a decorrer e a sua aplicação clínica.

O que será abordado na conferência?
  • Investigação a decorrer e novas descobertas.
  • Exploração de  temas relacionados com a natureza da gaguez e o seu tratamento.
  • Conhecimento e características clínicas importantes para trabalhar com crianças e adultos que gaguejam.
  • Desenvolver projectos de colaboração entre investigadores nas áreas da disfluência.
  • Oportunidade de discussão com especialistas num ambiente amigável.
Tópicos de discussão:
1.      Prática com base na evidência,
2.      A integração entre a teoria e a terapia.
3.      As descobertas no campo da Neurofisiologia, imagens cerebrais, funcionamento cerebral, implicações na intervenção
4.      Investigação na área da genética.

Certamente que vou marcar presença, espero encontrar lá mais colegas (quem for avise-me!), os restantes podem contar com o meu feedback.
Mais informações em: 

Fica aqui um "cheirinho"...

Bjs e Abraços,

Gonçalo



quarta-feira, 22 de junho de 2011

 Este vídeo  retrata de forma genial o sofrimento associado à gaguez.Percam 7 minutos para ver. A informação faz a diferença...partilhem por favor!


Um abraço a todos,


Gonçalo Leal

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Gaguez vista pelo J.

A gaguez é um freio horrível na minha vida. Sinto-me incapaz de viver em pleno.  Faz-me pensar por vezes que sou inferior, que nunca hei-de ser feliz. Torna difícil comunicar para mim, não obstante o facto de ultimamente eu ter andado a tentar lutar contra o conformismo e tentar sair. Tenho andado a treinar, a praticar, e noto que quando estou mais triste e indiferente ao mundo, a voz acaba por sair melhor do que em estados de grande êxtase. Faz-me sentir falta de muita coisa,  das coisas que eu sinto que teria se não fosse gago. A gaguez, se antes inspirava-me a desabafar e a escrever, cada vez mais me frustra e bloqueia. Cada vez escrevo menos. 

Reflexão do J. em consulta.

domingo, 12 de junho de 2011

Links úteis - A consultar

3 links muito úteis para quem quer saber mais sobre a Gaguez:

São todos actualizados com grande regularidade e a informação é fidedigna.

Boas consultas!

Gonçalo


quarta-feira, 1 de junho de 2011

SpeechEasy no Jornal da TVi

Informação sobre o dispositivo/aparelho para a Gaguez SpeechEasy, finalmente disponível em Portugal.

Terapeuta da Fala Gonçalo Leal com o contributo de Ivo Soares.


Para mais informações consultem:

domingo, 22 de maio de 2011

Primeiro caso documentado de gaguez associada à mutação de um gene da mesma via do gene FOXP2, o CNTNAP2.

Artigo retirado de gagueira.wordpress.com


Uma equipa de pesquisadores da Universidade de Iowa (EUA) publicou no periódico científico American Journal of Medical Genetics um caso inédito de gaguez genética descoberto no Brasil. Trata-se do primeiro caso documentado de gaguez associada à mutação de um gene da mesma via do gene FOXP2, o CNTNAP2. Esta descoberta traz à tona uma variante genética nova para o distúrbio, diferente daquela que havia sido descoberta em fevereiro de 2010.
O gene CNTNAP2 já era conhecido anteriormente por estar envolvido na causa de outros distúrbios de fala e linguagem e também na origem de distúrbios do espectro autista. Agora os pesquisadores descobriram que alterações no CNTNAP2 também podem estar implicadas na origem de determinados casos de gagueira. Leia abaixo o resumo traduzido do artigo:
Identificação de uma microdeleção no braço longo do cromossomo 7 (7q33-q35) levando a alterações no gene CNTNAP2 em um caso brasileiro de gagueira
Resumo
Distúrbios de fala e linguagem estão entre as mais importantes razões que levam crianças a centros de reabilitação infantil, representando aproximadamente 40% dos casos atendidos. A gagueira é um desses distúrbios e se caracteriza por repetições involuntárias, prolongamentos ou bloqueios que impedem o fluxo suave da fala. A gagueira se manifesta em cerca de 5% da população infantil, e aproximadamente 80% das crianças afetadas se recuperam naturalmente. Os fatores causais da gagueira permanecem incertos na maioria dos casos; estudos sugerem que os fatores genéticos são responsáveis por 70% da predisposição para a gagueira, enquanto os restantes 30% se devem a causas ambientais, o que configura um modelo etiológico multifatorial para o distúrbio. O uso de hibridização genômica comparativa em estudos de linkage genético de alta resolução vem se mostrando uma estratégia poderosa para descobrir regiões cromossômicas implicadas na origem de distúrbios complexos. Relatamos aqui um caso com um complexo conjunto de dificuldades de fala e linguagem, incluindo a gagueira, em que se descobriu uma deleção de 10Mb da região cromossômica 7q33-35, causando a remoção de vários genes e a mutilação do CNTNAP2 em virtude do apagamento de três éxons do gene. O CNTNAP2 é conhecido por estar envolvido na causa de distúrbios de fala e linguagem, na origem de distúrbios do espectro autista e por fazer parte da mesma via do gene FOXP2, um outro importante gene da linguagem, o que o torna um candidato para estudos sobre a causa de distúrbios de fala e linguagem como a gagueira.
Bibliografia:
Identification of a microdeletion at the 7q33-q35 disrupting the CNTNAP2 gene in a Brazilian stuttering case
Petrin AL, Giacheti CM, Maximino LP, Abramides DV, Zanchetta S, Rossi NF, Richieri-Costa A, Murray JC.
Am J Med Genet A. 2010 Dec;152A(12):3164-3172.
PMID: 21108403

terça-feira, 17 de maio de 2011

Participação de Ivo Soares no Portugal tem Talento - Casting




http://www.youtube.com/watch?v=_Dfu9FTpjv0

Ivo Soares - Uma história de sucesso!




Ivo Daniel Soares sofre de gaguez desde tenra idade e só recentemente melhorou

Gozado por todos. Esta é uma história de superação, tal como no filme O Discurso do Rei. O semifinalista do talent show da SIC é gago desde que se conhece e já passou por vários traumas durante a infância. Só há cinco meses é que tem sentido melhoras.

Ele é uma autêntica força da Natureza. Apesar da gaguez, Ivo Soares está a conseguir fazer história. Comoveu os portugueses no domingo, dia 27, e o júri rendeu-se aos seus encantos e colocou-o na lista dos 40 semifinalistas do talent show da SIC. Também no último domingo, a  que tem um problema de gaguez, mas que acaba por ser aclamado pelo seu povo. O concorrente de Portugal Tem Talento diz que é a história da vida dele.

“ O filme retrata perfeitamente a minha vida. O estado de gaguez é muito grave no inicio, mas vai melhorando durante o filme e até a quantidade de terapeutas que a personagem foi tendo durante a vida…”, diz. E,na sua opinião, este filme não poderia ter aparecido em melhor altura. “Talvez ajude a acabar com alguma ignorância que existe no nosso país”, continua.

Ivo Soares sempre sofreu de gaguez. “Quando comecei a falar já era gago. Não foi por nenhum susto, nem nada do género. É genético. Tenho um primo que sofreu do mesmo problema, mas que entretanto conseguiu superar”, informa.. Esta deficiência já lhe trouxe muitos dissabores, sobretudo na infância. “Fui muito discriminado e gozado até há bem pouco tempo, mas também estava pior do que estou agora. Era mesmo muito gago”, recorda.

A mãe, São Nunes, de 52 anos, desvaloriza o problema de Ivo. “Nunca foi um factor incomodativo, até porque na nossa família há linguagem musical, sem muito texto”, afirma a progenitora.

Cinco terapeutas, uma solução e… uma namorada
O grau de gaguez de Ivo Soares, actualmente, nada tem a ver com o de há cinco meses, tudo porque, finalmente conseguiu encontrar um terapeuta que o tem ajudado a minimizar o problema. “Até há bem pouco tempo era muito mais gago e tinha uma data de tiques, como por exemplo mexer demasiado a cabeça. Actualmente já não me acontece tanto e sinto que estou muito melhor. Antes tive cinco terapeutas da fala sem qualquer tipo de solução”, afirma.

Gonçalo Leal é o terapeuta da fala que tem ajudado a operar este milagre. “Tem inovado nas terapias e, neste momento, uso um aparelho auditivo no ouvido esquerdo (SpeechEasy), que tem basicamente o objectivo de enganar o cérebro.

Apesar de se esforçar para ultrapassar o problema, Ivo Soares sabe que pode ficar gago para toda a vida. “A gaguez é muito imprevisível. Há dias muito bons e há outros muito maus. Posso melhorar muito ou então chegar a uma altura em que pioro”, reconhece.

A ainda curta experiência de Ivo diz que há situações em que a gaguez até pode ser um ponto a favor, como por exemplo na abordagem ao sexo feminino. “Se fico triste por ter sido gozado na adolescência por ser gago, também posso dizer que tem sido um trunfo com as raparigas. Elas acham fofinho”, revela. A mãe ajuda à ideia: “Ele é um sucesso no meio das meninas”, afirma.

“É uma vitória PESSOAL”
O facto de ter conseguido chegar ao grupo de semifinalistas do talent show da SIC já é uma grande vitória para Ivo. “Só o facto de ser gago e de ter participado no concurso já demonstra que tenho muita garra, agora chegar à semifinal é uma grande vitória pessoal. Espero que o programa me abra portas para conseguir seguir a área da música”, diz. Neste momento já conseguiu ganhar o estatuto de estrela na Escola Secundária de Palmela…onde um dia foi alvo de chacota. “Senti-me uma estrela”, revela embevecido.
Ivo Soares – cantor, entrevistado pela revista TV7 Dias em Fevereiro de 2011